Efeito acelerador
O efeito acelerador refere-se ao fato de que uma aceleração ou desaceleração do crescimento econômico gera uma variação positiva ou negativa no investimento, respectivamente. Isso, por sua vez, pode fazer com que a economia cresça a uma taxa ainda maior ou menor, dependendo do caso.
Em outras palavras, o efeito acelerador refere-se à relação entre a variação do Produto Interno Bruto (PIB) e o investimento. Assim, quando o primeiro aumenta ou diminui, o mesmo acontece com o segundo. Mas o impacto não para por aí, a variação do investimento afeta novamente o PIB.
Para entender por que esse efeito acelerador acontece, podemos colocar o seguinte. A economia está crescendo a um ritmo mais acelerado e, consequentemente, as empresas recebem maior demanda dos compradores (porque viram seus aluguéis aumentarem).
Isso faz com que as empresas invistam em bens de capital para aumentar sua produção a fim de atender a demanda.
Consequentemente, como vocês certamente notaram, um dos componentes do PIB está aumentando: o investimento privado.
O mesmo acontece na direção oposta. Se a economia desacelerar, as empresas, prevendo que suas vendas não aumentarão, investirão apenas na reposição do capital que vem se depreciando ou se desgastando. Em outras palavras, não é que eles parem de investir, mas que vão investir o necessário para produzir a mesma quantidade.
chaves
Podemos apontar algumas chaves para o efeito acelerador:
- É um conceito dos modelos keynesianos.
- Para que o investimento acelere, não basta que haja crescimento econômico (e não diminua), mas é preciso que ele cresça em ritmo mais acelerado. Ou seja, se o PIB apresentar uma variação positiva, por exemplo, de 3% ao ano, isso não fará com que as empresas invistam no aumento de seu estoque de capital e de sua capacidade instalada.
- O investimento não tem a variação do PIB como única variável explicativa. Outros fatores que podem influenciar são, por exemplo, a possibilidade de aumentar outro fator de produção que não seja capital (pode-se contratar mais trabalhadores ao invés de adquirir bens de capital).
- Pode ser que o maquinário existente tenha uma vida útil maior do que o esperado, não sendo necessário aumentar o investimento. Este é outro possível amortecedor do efeito do acelerador.
Modelo simples do efeito acelerador
O efeito de aceleração pode ser representado em um modelo como o seguinte:
Na equação acima, I n é o investimento líquido, k é a razão capital-produto e Y é o nível de produto (PIB).
O investimento líquido é o aumento de capital (investimento bruto), mas subtraindo a depreciação do período. Ou seja, é o investimento sem considerar o que é necessário para repor o capital desgastado.
Então, o que essa equação quer nos dizer é que o investimento líquido vai variar em função da variação da produção.
Suponha que a produção aumente em 15 e que a razão k seja 1,5. Assim, o investimento líquido seria: I n =1,5*15=22,5.
Então, imagine que para o próximo período a economia acelere e aumente em 20. Assim, temos I n =1,5*20=30.
Deve-se notar que o modelo apresentado é uma versão simples, mas existem outros modelos mais sofisticados para o efeito acelerador. Por exemplo, considerando o investimento em função das variações do PIB durante vários períodos anteriores.