Plano Branco
O plano White deve seu nome ao economista americano Harry D. White, que, no marco dos acordos de Bretton Woods, propôs estabelecer o dólar como a principal moeda internacional e criar um Fundo Internacional de Estabilização.
O ano era 1944 e o mundo atravessava as últimas fases da Segunda Guerra Mundial. Em Bretton Woods os contornos da nova ordem econômica mundial estavam sendo traçados e o economista Harry D. White apresentou um plano para substituir o ouro pelo dólar e criar o que viria a ser chamado de Fundo Monetário Internacional.
Para consolidar as ideias do plano White, entre outras coisas, foi proposto o estabelecimento de um preço fixo de 35 dólares por onça. Isso ajudou a estabelecer a hegemonia econômica dos Estados Unidos, sem esquecer que também se propunha o que mais tarde se tornaria o Banco Mundial e que contribuiria para a reconstrução de um mundo oprimido pela guerra.
Plano Branco: A supremacia do dólar
Com a Segunda Guerra Mundial entrando em sua fase final, buscou-se uma ordem econômica comprometida com a cooperação para evitar novos conflitos.
Não apenas pretendia alcançar a estabilidade política em todo o mundo, mas a prosperidade econômica também era outro grande objetivo. Assim, os economistas John Maynard Keynes e Harry Dexter White apresentaram suas propostas para desenhar uma nova ordem econômica.
Keynes era a favor da criação de uma União Internacional de Compensação envolvendo todas as nações do mundo. Isso seria feito ajudando os países com dificuldades cambiais e permitindo que os governos interviessem em suas moedas nacionais.
Para poder realizar transações com a União Internacional de Compensação, seria colocada uma moeda chamada “bancor”, que teria um valor relacionado ao ouro.
Mas White tinha propostas muito diferentes das de Keynes, com quem teve uma dura briga. Em vez de recorrer ao “bancor”, White comprometeu-se a estabelecer o dólar americano como moeda de referência. De fato, o sistema proposto por White estabelecia um valor fixo do dólar atrelado ao ouro.
Por sua vez, White também defendeu a criação de uma organização internacional que concederia empréstimos aos Estados para que não ocorressem desvalorizações da moeda.
Keynes v. White
O cenário das conversas foi a cidade de Bretton Woods, localizada em New Hampshire, Estados Unidos. A Grã-Bretanha enviou seu economista mais renomado, John Maynard Keynes, enquanto os americanos se voltaram para Harry D. White.
Ambos os economistas apresentaram seus respectivos planos e se engajaram em duras batalhas dialéticas, embora o plano proposto por White tenha triunfado.
Nessa batalha de ideias não foram as propostas que fizeram triunfar o plano branco, mas a hegemonia política e econômica dos Estados Unidos. E é que, para sustentar o esforço de guerra, a Grã-Bretanha dependia dos créditos americanos que recebia graças ao Loan and Lease Act.
Por fim, Keynes acabou cedendo e aceitou que a moeda americana era a moeda conversível em ouro. Em outras palavras, a Grã-Bretanha aceitou a supremacia econômica do dólar desde que pudesse continuar a tomar empréstimos.
Também foram realizadas discussões para determinar o custo de integração nas novas instituições econômicas e ficou determinado que Keynes lidaria com os detalhes técnicos do Banco Mundial enquanto White cuidaria de tudo relacionado ao Fundo Monetário Internacional.
É verdade que, apesar das diferenças notáveis entre White e Keynes, eles vieram para confraternizar, resolver suas disputas e cooperar para criar uma nova ordem econômica.
O resultado do triunfo do plano White, apoiado em grande parte pelo poder político, econômico e militar dos Estados Unidos, acabou estabelecendo a hegemonia econômica dos Estados Unidos graças, entre outras coisas, ao fato de o dólar ter se tornado a moeda internacional moeda de referência.