Pan-arabismo
O pan-arabismo é um movimento que reivindica a união de todos os países árabes em uma única nação. Estabelecendo assim uma única unidade política e territorial.
O pan-arabismo se constitui como um movimento ou corrente ideológica. Essa corrente, portanto, defende que todos os países árabes, tanto asiáticos quanto africanos, devem se unir sob a mesma bandeira. Estabelecendo assim um país imenso, cujas características políticas e sociais são únicas e compartilhadas.
De fato, todos os países que comporiam esta nação compartilham uma fronteira entre eles. Todos, exceto Somália e Djibuti, que são separados do Sudão pela Eritreia; país cuja presença cristã aumentou muito nos últimos anos. Mesmo superando o Islã como a principal religião.
Uma das razões mais importantes que dão origem a esta ideologia é, após a Segunda Guerra Mundial, a constituição dos dois grandes blocos. O ocidental e o socialista, denominados como primeiro e segundo mundo respectivamente. A dominação e consolidação desses dois grandes blocos, e sua influência global, influenciou uma necessidade incipiente dos países árabes de se unirem para não serem absorvidos por nenhum dos blocos.
Quais países apoiam o pan-arabismo?
Como mencionamos anteriormente, os países abrangidos pelo pan-arabismo são todos muçulmanos, do noroeste do continente africano ao Oriente Médio, ou seja, do Marrocos ao Iraque.
Nesse ponto, uma pergunta deve ser feita: por que países islâmicos e muçulmanos como Irã e Afeganistão não se encontram sob a geografia que engloba esse movimento? Bem, porque não são países de língua árabe, estabelecendo assim uma diferenciação dentro dos países muçulmanos.
Os países aos quais o pan-arabismo aspira a se unir são: Marrocos, Mauritânia, Argélia, Tunísia, Líbia, Egito, Sudão, Djibuti, Somália, Jordânia, Palestina, Líbano, Síria, Iraque, Kuwait, Bahrein, Catar, Emirados Árabes Unidos, Arábia Saudita, Omã e Iêmen. Basicamente, com algumas exceções, trata-se dos países que compõem a Liga Árabe.
Que ideologia segue o pan-arabismo?
A principal característica ideológica desse movimento é o nacionalismo árabe, ou seja, a fixação e exaltação da cultura árabe, e tudo o que ela acarreta, pelos cidadãos que vivem nesses territórios.
Em relação à economia, eles se inclinam para o socialismo como um sistema econômico. Através da nacionalização de empresas e de reformas estruturais na esfera económica e fiscal, pretende desenvolver uma ampla rede de serviços públicos ao alcance de todos os cidadãos.
O pan-arabismo também é responsável por promover o Islã como religião. Em todos esses países, o Islã é a religião predominante. E o Alcorão e seus escritos e tradições prevalecem e governam tanto a vida pública quanto a privada. Assim, numa suposta unificação dos territórios árabes, o Islão continuaria a ser a religião de referência. E desempenharia o papel determinante que tem desempenhado nos últimos tempos.
Diferenças entre o pan-arabismo e o pan-islamismo
Uma vez definido o pan-arabismo, vamos definir brevemente o pan-islamismo. E isso, com o objetivo de ver quais são as diferenças entre os dois movimentos.
Assim, o pan-islamismo, em linhas gerais, é a corrente que busca a união de todos os muçulmanos sob a mesma nação.
Dito isso, a principal diferença entre os dois conceitos é que, por um lado, o pan-arabismo busca a unificação dos países árabes, ou seja, Norte da África e Oriente Médio. Em vez disso, o pan-islamismo aspira a unificar os países muçulmanos, ou seja, aqueles cuja religião predominante é o islamismo. Assim estendendo o território pelo Oriente Médio e uma maior parte da África.
Outra diferença é a viabilidade. O mundo árabe parece estar mais unificado. De fato, existe a Liga Árabe, que zela pelos interesses de seus membros. Enquanto no caso dos muçulmanos, estando presentes em tantos países, sua unificação é mais complicada. Como eles compartilham apenas a crença na fé islâmica, eles não compartilham o idioma.