Não-violência
A não violência é uma prática ou forma de ação que consiste em não exercer meios violentos na resolução de um determinado conflito. Isso implica desistir do uso de força bruta, armas ou qualquer outra ferramenta que possa infligir danos físicos a outrem.
A não-violência consiste em resolver conflitos de diferentes abrangências e gravidades, sempre por meios não violentos, ou seja, de forma pacífica. Isso não significa passividade ou não fazer nada diante de resoluções, ações e comportamentos que consideramos injustos, mas sim promover sua luta, mas com outras ferramentas.
Essa forma de comportamento se aplica tanto na vida cotidiana quanto em conflitos maiores. Em outras palavras, se esse princípio é aceito como guia na tomada de decisões, ele deve ser aplicado tanto às ações mais corriqueiras quanto às de âmbito governamental. Seria bastante incoerente promover a paz, a boa convivência e condenar as ações violentas da polícia e, ao mesmo tempo, abrir guerras de legitimidade duvidosa em territórios estrangeiros.
Esse conceito, em seu sentido amplo, pode até ser considerado uma ideologia, pois implica mais de um elemento em sua definição. No sentido mais estrito, é uma forma de ação diante dos conflitos, e é característica de movimentos como o pacifismo.
Gandhi foi um dos mais famosos promotores dessa forma de luta contra as injustiças políticas e sociais. Foi uma grande recorrência da greve de fome e da desobediência civil na luta contra as forças coloniais que ocuparam a Índia. Tal foi sua importância e repercussão que ele foi preso em várias ocasiões e finalmente assassinado em 1948.
Características da não violência
A não-violência possui uma série de características e princípios que orientam as ações de quem a pratica, e são eles:
- Não use a força: talvez seja o elemento mais substancial dessa forma de ação. O uso da força e da violência física está totalmente fora do alcance de quem o pratica.
- Método de resolução de conflitos: Esta é uma forma de resolver problemas e ações que consideramos injustas ou excessivas.
- Uso de ações como greve, manifestação, desobediência ou boicote.
Cooperação: Devido ao impacto relativo que o uso dessas práticas pode ter, é necessária a união e colaboração do maior número possível de pessoas, facilitando assim a visualização da ação não violenta.
métodos de não violência
A seguir, e para melhor compreender o conceito, é necessário descrever as ferramentas e métodos da não-violência:
- Desobediência civil : Trata-se de não cumprir uma norma cuja submissão é obrigatória, para que tal norma seja alterada. Para que tenha impacto social, é necessário desobedecê-lo publicamente. Como exemplo paradigmático temos a Marcha do Sal de 1930 realizada na Índia, instigada por Gandhi, que organizou marchas massivas em direção à costa para recolher o sal ali encontrado. Tudo isso para protestar contra a taxa que a população indiana tinha que pagar ao governo colonial inglês.
- Manifestação : As manifestações são organizadas para protestar contra um evento ou situação, a fim de incomodar as autoridades e para que elas tomem medidas sobre o assunto. Eles podem ser sobre temas muito diferentes. Desde o protesto em situação de insegurança pública, até a libertação de um determinado preso.
- Greve : As greves trabalhistas são realizadas para, por meio do absenteísmo, criar uma situação desfavorável na empresa a fim de obter melhores condições de trabalho. Estes eram muito comuns após a eclosão da crise de 2008.
- Boicote : Esta prática consiste em não realizar ações comerciais com uma empresa, país ou outra instituição. Um exemplo muito comum é o de não comprar produtos de determinada marca, buscando assim reduzir seus benefícios e atender às demandas dos consumidores.
- Denúncia de práticas violentas e abusivas : Se você estiver em uma situação desse tipo, não denunciar torna você um cúmplice. Por isso, a manifestação contra essas práticas é outro mecanismo de ação não violento.