Existem alguns bens materiais que não podem ser utilizados diretamente pelos consumidores, pois precisam ser transformados (petróleo, por exemplo). As matérias-primas são o primeiro elo de uma cadeia fabril e, nas diferentes fases do processo, serão transformadas até se tornarem um produto adequado ao consumo. No mundo dos investimentos também é conhecido como commodity.

A principal característica dos bens intermediários é justamente a falta de tratamento a que foram submetidos pela atividade humana, ou seja, sua proximidade com o estado natural em que se encontravam antes de serem explorados.

Um exemplo claro de um bem intermediário são os recursos naturais (minerais, energia, silvicultura, etc.) disponíveis para um país.

Dessa forma, poderíamos dizer, por exemplo, que o ferro extraído das minas para ser utilizado na siderurgia é uma matéria-prima, pois posteriormente deve ser submetido a um processo de liga com carbono para se tornar aço.

Tradicionalmente a produção de matérias-primas tem sido considerada uma importante fonte de riqueza para um país. Isso porque a referida exploração advém da abundância natural de um recurso em determinado território.

No entanto, o desenvolvimento da teoria econômica e as primeiras fábricas de grande porte revelaram as deficiências desse tipo de mercadoria. Referimo-nos, sobretudo, à volatilidade dos seus preços e ao seu pouco valor acrescentado.

Com o tempo, a dependência da produção de matérias-primas como principal fonte de renda tornou-se um sinal inequívoco de atraso econômico. Enquanto isso, os países desenvolvidos se especializaram em manufaturados e, posteriormente, no setor de serviços.

A volatilidade dos preços das matérias-primas, devido à sua escassez e ao facto de dependerem de fatores naturais (como o clima), é um dos seus principais inconvenientes. A isto junta-se o facto de a sua exploração por vezes requerer grandes investimentos iniciais.

Hoje um dos recursos mais utilizados para se proteger contra a volatilidade são os futuros financeiros. Esses contratos permitem que os produtores se protejam contra possíveis quedas de preços. Isso, acertando a taxa por meio de um acordo formal meses antes da produção da matéria-prima.

Os agentes dos mercados financeiros também podem investir nesses ativos como em qualquer outro ativo, sem a necessidade de possuí-los fisicamente. As commodities mais importantes negociadas nos mercados financeiros são: milho, café, açúcar, soja, trigo, ouro, prata, platina, petróleo bruto (tanto Brent quanto West Texas) e gás natural.