Liberalismo social (socioliberalismo)
O liberalismo social, ou o que conhecemos como socioliberalismo, é uma corrente de pensamento que, inspirada no liberalismo, defende o desenvolvimento do ser humano e seu bem-estar.
Na prática, refere-se àqueles partidos políticos que, sendo de esquerda e defendendo políticas sociais, aprovam a economia de mercado e a liberdade dentro de certos limites.
John Stuart Mill definiu o socioliberalismo, também chamado de liberalismo progressivo, como uma corrente do liberalismo que colocava no centro o desenvolvimento social e material do ser humano. Em outras palavras, um liberalismo que contemple os desequilíbrios econômicos, usando a intervenção para corrigi-los. Desta forma, alcançar-se-ia o bem-estar que, na sua essência, persegue.
Portanto, no aspecto político, falamos de uma corrente que defende a democracia. Ou seja, defende que o poder reside no povo.
Também, no aspecto social, essa corrente defende o bem-estar geral e um Estado que priorize e garanta o bem-estar dos cidadãos frente aos interesses do mercado, por exemplo.
No aspecto econômico, essa corrente defende um sistema de economia mista. Ou seja, uma economia em que o poder é compartilhado entre o Estado e o setor privado. Dessa forma, o mercado livre opera sem interrupção. Por sua vez, o Estado fiscaliza suas falhas para corrigi-las por meio da intervenção.
O socioliberalismo, portanto, bebe do liberalismo clássico, do socialismo, bem como de outras correntes de pensamento, tirando inúmeras conclusões.
Origem do liberalismo social ou socioliberalismo
O socioliberalismo começa a ganhar relevância no século XIX, na Europa.
A Segunda Guerra Mundial, assim como o que aconteceu após seu término, semeou uma nova corrente de pensamento em que economistas e inúmeros pensadores promoveram um novo formato de capitalismo, mais comprometido com a sociedade. Ou seja, um liberalismo menos agressivo, que contemple a vulnerabilidade social e a intervenção estatal.
Assim, o socioliberalismo foi apresentado como essa alternativa. Depois do que aconteceu em Bretton Woods, e bebendo de grandes pensadores como os da Universidade de Cambridge ou Oxford, entre os quais se destaca o economista britânico John Maynard Keynes, o socioliberalismo ofereceu uma resposta diferente.
Após a Segunda Guerra Mundial, o socioliberalismo ganhou grande relevância em países como a França, ou nos Estados Unidos.
Da mesma forma, no presente, o socioliberalismo continua a se mostrar como aquela resposta liberal limitada pelo Estado. Dessa forma, embora beba de princípios liberais, ele contempla a sociedade como um coletivo, como o centro de toda a política.
Ordoliberalismo e socioliberalismo ou liberalismo social
É importante apontar as semelhanças entre essas duas correntes de pensamento, podendo a primeira ser considerada como um aspecto da segunda.
Assim, o ordoliberalismo é uma corrente de pensamento econômico que surgiu na década de 1930. Essa escola de pensamento foi fundada por um grupo de políticos e economistas alemães, na Alemanha.
Esta escola de pensamento está intimamente ligada à Escola de Freiburg e ao conceito de economia social de mercado. Em outras palavras, está intimamente ligado ao socioliberalismo.
Nesse sentido, ele defende um liberalismo menos agressivo. Ou seja, um liberalismo em que o indivíduo é o eixo fundamental, e o Estado, o encarregado de fiscalizar que as condições sejam necessárias e suficientes para o desenvolvimento social e material do indivíduo.
De certa forma, o ordoliberalismo é o socioliberalismo que se desenvolveu na Alemanha após a Segunda Guerra Mundial.
partidos socioliberais
Na política, por fim, deve-se notar que as opções socioliberais, como regra geral, são aqueles partidos de esquerda ou centro-esquerda que defendem um estado de bem-estar social, mas aceitam certos princípios do liberalismo, como a economia de mercado.
Por exemplo, nos Estados Unidos são os partidos que se protegem sob o chamado «liberalismo moderno». No Reino Unido, quem o faz sob o conceito de “novo liberalismo” (que não é “neoliberalismo”).
Em resumo, os partidos socioliberais são aqueles partidos de esquerda ou centro-esquerda que aceitam as ideias liberais, mas as limitam em favor do desenvolvimento dos indivíduos e do bem-estar geral.