Göbleki Tepe, um grande enigma da História
Quanto mais nos aprofundamos em nosso passado, mais informações encontramos, mas novas perguntas também aparecem. Muitas vezes, a pesquisa, tanto em história quanto em economia, nos leva a questionar o que considerávamos verdadeiro. Aqui está o mistério histórico de Göbleki Tepe, um santuário religioso localizado no sudeste da Turquia, perto da fronteira com a Síria.
Em 1994, o arqueólogo alemão Klaus Schmidt, depois de percorrer o sudeste da Turquia, acabou encontrando um importante sítio arqueológico neolítico. Trinta anos antes, em 1964, o que inicialmente se pensava ser um cemitério bizantino acabou por ser um santuário com uma data de construção que, segundo a datação, poderia ser por volta do ano 9.000 aC. humanidade.
Por que essas escavações representam uma descoberta que pode ser considerada revolucionária? Pois bem, Göbleki Tepe poderia ser considerado o grande templo religioso da humanidade, já que sua antiguidade é maior que a das grandes pirâmides ou do monumento megalítico de Stonehenge. Segundo os argumentos que Klaus Schmidt sustenta, a organização social, e também a econômica, começou em torno da religião. O próprio Schmidt a definiu da seguinte forma: “Primeiro veio o templo, depois a cidade”. E não o contrário.
A descoberta de Göbleki Tepe é considerada uma descoberta que pode mudar as teorias do desenvolvimento humano. As opiniões atuais sustentam que um clima mais moderado deu origem à proliferação da agricultura e da pecuária. O homem passou de nômade a sedentário. Posteriormente, novos avanços tecnológicos e atividades como cerâmica e cerâmica chegaram. Como resultado dessas atividades, surgiram as primeiras vilas e cidades e a especialização do trabalho também se desenvolveu. Quando o homem se tornou sedentário e começou a pensar sobre o que o cercava, nasceu a religião.
No entanto, as escavações em Göbleki Tepe permitiram formular novas teorias sobre o desenvolvimento humano. Assim, o arqueólogo Klaus Schmidt propõe que em Göbleki Tepe o homem abandonou o estilo de vida nômade e se tornou sedentário devido à religião. Ou seja, a religião veio em primeiro lugar e com ela o sedentarismo. Com o aparecimento dos deuses e da religião, os homens se reuniram em torno do templo, então tiveram que satisfazer suas necessidades, o que deu origem ao surgimento da agricultura e da pecuária e, consequentemente, à organização social e à economia dos homens.
Por outro lado, Schmidt acredita que os habitantes de Göbleki Tepe e outros centros populacionais próximos colaboraram para garantir o abastecimento de alimentos. Nesse sentido, Schmidt argumenta que os diferentes grupos populacionais cooperaram para proteger as concentrações de cereais silvestres, além de cuidar da segurança dos rebanhos de gazelas e jumentos selvagens.
Ao contrário das ideias tradicionais sobre o Neolítico, as hipóteses de Schmidt sugerem que o Neolítico começou não com pequenas fazendas, mas com significativa colaboração e organização social.
A descoberta de Göbleki Tepe representa uma mudança radical em tudo relacionado ao Neolítico, já que se antecipa a invenção da roda, metalurgia, cerâmica e até mesmo da escrita. Por outro lado, o início de uma sociedade baseada na economia agropecuária avança para 9.000 aC.
Apesar das diferentes teorias sobre o Neolítico, religião e economia, estima-se que apenas 5% dos sítios de Göbleki Tepe foram desenterrados, então ainda há muito a investigar. Apesar de todos os restos encontrados, muitas questões permanecem no ar, como: Como um grupo humano tão grande poderia ser sustentado e abastecido? Como a força de trabalho que ergueu esse templo trabalhou e foi organizada? Por que o complexo foi enterrado?