escola mercantilista
A escola mercantilista foi uma escola de pensamento econômico que surgiu e se desenvolveu entre os séculos XVI e XVIII na Europa. Esta recebe esse nome por ser a escola que defende e desenvolve ideias mercantis.
A escola mercantilista é uma das principais escolas do pensamento econômico. Embora se desenvolva até o século XVII, suas ideias também influenciaram a primeira metade do século XVIII. Os mercantilistas, portanto, caracterizavam-se como uma escola que defendia a forte intervenção do Estado na economia, ao mesmo tempo em que considerava o capital como a principal fonte de riqueza e prosperidade das nações. Tudo isso, além da promoção do comércio internacional.
Muitos autores consideram a escola mercantilista como aquela que dá origem, de certa forma, ao protecionismo econômico e à intervenção estatal nos assuntos econômicos.
Entre os autores mercantilistas mais proeminentes estão Tomás de Mercado, William Petty ou Martín de Azpilcueta.
Origem da escola mercantilista
A expressão máxima do mercantilismo, como corrente de pensamento, ocorre na França, no século XVI. No país gaulês, sob o mandato de Jean Baptiste Colbert, Ministro das Finanças, o mercantilismo consegue prevalecer com a proteção e promoção das empresas industriais e agrícolas do país pelo Estado.
Essa proteção se materializou por meio de créditos e subsídios que permitiram que as empresas prosperassem. Tudo isso, aliado a fortes restrições às importações e outras práticas protecionistas que mantiveram a balança comercial positiva.
A posição protecionista começa a perder força em meados do século XVIII. O surgimento de novas teorias, mais liberais e focadas no livre comércio, prosperou nas mãos de economistas proeminentes como Adam Smith. Isso fez com que as ideias mercantis perdessem força, à medida que surgiam novos postulados que questionavam e refutavam certas ideias mercantis.
Princípios da escola mercantilista
Os princípios em que se baseiam as ideias mercantis são os seguintes:
- A acumulação de riqueza (principalmente metais preciosos) é essencial para o desenvolvimento econômico de um país. Quanto maior a acumulação de riqueza, maior a prosperidade e o poder político.
- O Estado tem o papel de utilizar e impor todos os mecanismos necessários para atingir o objetivo de acumulação de riqueza (controles, restrições, subsídios, etc.) produtores.
- O comércio global é inalterável. Para que o comércio ajude a acumular riqueza, as entradas e saídas devem ser controladas para manter um balanço de pagamentos positivo (as exportações superam as importações).
Idéias da escola mercantilista
Dentre as ideias mais defendidas pela escola mercantilista, podemos destacar as seguintes:
- A riqueza de uma acumulação depende de sua capacidade de acumular minerais preciosos, como ouro e prata.
- Para obter esses metais, o melhor caminho é a utilização do comércio exterior.
- O comércio exterior, para gerar riqueza, deve deixar sempre um saldo positivo no país. Em outras palavras, vende-se mais no exterior do que se compra.
- Soma-se a isso ferramentas protecionistas que garantem o difícil acesso a produtos estrangeiros.
- Da mesma forma, a produção é planejada para não depender da produção estrangeira e para suprir a população com recursos próprios.
- Por isso, as empresas do país foram favorecidas. Para isso, com créditos e subsídios, além de elementos protecionistas que os protejam da concorrência.
- A produção tinha que se concentrar no exterior, a fim de vender excedentes para o exterior e, assim, atrair riqueza.
Autores mais proeminentes da escola mercantilista
O autor mais proeminente da escola mercantilista foi Thomas Mun. Este foi o diretor da Companhia das Índias Orientais, além de um dos pensadores mercantilistas mais reconhecidos. Para Mun, assim como para os mercantilistas, o país só poderia enriquecer por meio do comércio exterior e da acumulação de capital.
No entanto, junto com Mun, muitos outros economistas continuaram a enriquecer a teoria mercantilista.
Entre os autores mais reconhecidos que contribuíram para a escola mercantilista, destacam-se:
Martinho de Azpilcueta.- Antonio Serra.
- Jean Bodin.
- William Petty.
Tomás do Mercado.- Antoine de Montrichien.
Críticas à escola mercantilista
As ideias mercantilistas, assim como provocaram o impulso e o crescimento do comércio e da indústria, geraram tensões e reações contrárias a elas. Nesse sentido, o uso feito pelos impérios mercantilistas das colônias provocou um desenvolvimento não inclusivo, que apenas favoreceu essas potências que controlavam e dominavam o comércio global.
Por esta razão, surgiram muitos movimentos separatistas que buscavam alcançar sua independência, bem como sua inserção nos diferentes mercados em nível global. Desta forma, podendo enriquecer-se e acabar com aquela dominação das potências mercantilistas.
Entre as escolas mais críticas ao mercantilismo está a escola fisiocrática ou fisiocracia.