O trilema de Rodrick aponta que alcançar as alternativas entre hiperglobalização econômica, política democrática e soberania nacional implica necessariamente no enfraquecimento de uma dessas três forças. Desta forma, podemos escolher entre as seguintes situações:

• Escolha ser um país economicamente globalizado com uma democracia global, mas teremos que sacrificar parte de nossa soberania nacional.
• Preservar plenamente nossa soberania nacional e democracia interna, mas sem nos integrar totalmente à globalização.
• Aderir à globalização, manter nossa autonomia nacional, mas sacrificar a democracia interna.

Atingir todos os três objetivos ao mesmo tempo é impossível, pois obter um nos impede de completar outro.

O autor da trilogia é o professor de Economia Política da Universidade de Harvard, Dani Rodrick, que em sua obra “O paradoxo da globalização” combina o relato histórico com suas observações críticas abrindo um interessante debate sobre a globalização e seus efeitos sobre a democracia e a soberania nacional .

Segundo a tese de Rodrick, as opções de globalização econômica, democracia política e soberania nacional representam um trilema, pois é impossível tê-las todas ao mesmo tempo (são incompatíveis) e os países serão obrigados a escolher apenas duas delas.

Aplicando o trilema de Rodrick na União Europeia temos que existem três opções desejáveis:

a) Aprofundar a integração dos países da União.

b) Fortalecer a democracia interna de cada país.

c) Defender a soberania nacional de cada membro.

Como podemos ver, essas três opções não podem ser alcançadas simultaneamente porque o aprofundamento de uma afeta o desenvolvimento de outra. Para continuar, devemos escolher entre as seguintes opções:

• Reforçar a integração da União Europeia mantendo uma democracia a nível europeu (dando maior poder ao Parlamento Europeu, por exemplo), mas reduzindo a autonomia dos Estados.
• Enfraquecer a integração europeia, mas fortalecer a democracia interna e a soberania de cada país.
• Ter um Estado que adere fortemente à União Europeia, mantém a sua autonomia, mas esquece a democracia interna.

A decisão adequada dependerá de nossas convicções sobre qual dos três objetivos trará maiores benefícios aos cidadãos. No caso do Reino Unido, as pessoas que apoiaram o Brexit escolheram a segunda opção, afastando-se da União Europeia.