Argentina, o país mais caro da América Latina
A Argentina não só se destaca pelo alto custo dos produtos e serviços em geral, como também possui o maior salário mínimo da América Latina. Seus US$ 570 são pouco mais que o dobro do Brasil, que ocupa o segundo lugar no ranking com um salário mínimo de US$ 250.
Em uma comparação realizada pelo El País entre os países latinos Brasil, Chile, México, Argentina , chegou-se à conclusão de que este último é o país mais caro de toda a América Latina. O estudo é baseado em uma comparação em dólares de diferentes produtos e serviços, desde um café ou um litro de leite.
Além disso, observa-se um comportamento cada vez mais difundido, como viajar para lugares como Miami ou Chile para fazer compras, seja roupas, tecnologia ou outros produtos. Claro, focando novamente na comparação de preços, podemos ver como uma simples xícara de café em São Paulo ou Bogotá custa 0,5 e 0,4 dólares, respectivamente, o que na Argentina pode nos levar até 2 dólares. Esse padrão continua a se repetir em aluguéis ou litros de leite.
Em Buenos Aires há a particularidade de não haver as habituais grandes marcas (que oferecem preços competitivos) de outros países, como Ikea ou Apple. Além disso , a entrada de automóveis importados é altamente controlada . Isso, sem dúvida, beneficia a indústria local do país, já que a deixa praticamente sem concorrência. O que é uma grande ajuda para o emprego, além de garantir grandes benefícios aos empresários argentinos. Pelo contrário, esta medida proteccionista implica um aumento geral dos preços devido à falta de concorrência. A consequência é que a classe média está submersa em altas cotas com planos de consumo subsidiados pelo governo.
O último Índice de Preços ao Consumidor (IPC) elaborado pelo INDEC registrou alta de 4,2% em maio em relação a abril, com alta incidência em transportes e comunicações (5,6%) e alimentos e bebidas (3,7%). As desvalorizações do peso realizadas pelo governo Macri também tornaram os produtos importados ainda mais caros.
Várias empresas exportadoras estão pedindo ao governo que desvalorize ainda mais a moeda, para que os produtos argentinos fiquem mais baratos no exterior e assim possam aumentar as exportações. Com essa medida ganharia competitividade. Ainda seria um país caro, mas haveria menos diferença em comparação com seus vizinhos latino-americanos.
Tanto os cidadãos quanto os comerciantes são muito sensíveis à alta do dólar, porque assim que ele sobe um pouco, os preços em pesos disparam. O governo está empenhado em controlar a inflação e fazer todo o possível para manter a cotação do dólar baixa. Após a comparação podemos afirmar que a Argentina é o país mais caro da América Latina. E que apesar das medidas tomadas, parece que ainda há muito trabalho a ser feito para tornar a economia argentina competitiva.