Em outras palavras, o ajuste estrutural é um conceito que inclui uma série de mudanças que se propõem no campo macroeconômico. Isso, em relação aos gastos públicos, barreiras comerciais, entre outras questões que detalharemos mais adiante.

O ajuste estrutural foi proposto como condição para a concessão de financiamento pelo FMI e Banco Mundial aos países em desenvolvimento.

Assim, para receber apoio econômico, as nações se comprometem a aplicar medidas que lhes permitam limpar suas finanças públicas, como a redução dos gastos fiscais. Além disso, eles também devem realizar privatizações e outras iniciativas de liberalização econômica.

As medidas de ajuste estrutural são geralmente as seguintes:

• Disciplina fiscal: Controle dos gastos públicos para evitar desequilíbrios que gerem inflação.
• Repensar as prioridades do orçamento público:  Reduzir os gastos do Estado com subsídios injustificados e aumentá-los em saúde, educação e infraestrutura.
• Liberalização das  taxas de juro: As  taxas de juro não devem ser fixadas pelo Estado, mas sim pelo mercado.
• Reforma tributária:  Ampliar a base tributária, entre outras medidas.
• Liberalização cambial : O mesmo que no caso da taxa de juros.
• Liberalização do comércio:  Liberalização das importações. A ideia de proteger as indústrias nacionais das estrangeiras (conforme proposto pelo modelo ISI), foi considerada um impedimento ao crescimento.
• Liberalização do investimento estrangeiro direto:  Permitir a entrada de capital, que também poderia fornecer tecnologia e experiência.
• Privatização:  Privatizar as empresas públicas sob o argumento de que seriam geridas de forma mais eficiente por empresas privadas.
• Desregulamentação:  Promover a livre concorrência, eliminando regulamentações que impeçam o acesso ao mercado, a menos que sejam justificadas por razões de segurança ou proteção do meio ambiente, por exemplo.
• Direitos de propriedade:  Dar segurança jurídica aos direitos de propriedade.

Essas medidas foram batizadas de Consenso de Washington, onde participaram o FMI, o Banco Mundial e o Tesouro dos Estados Unidos. Eram propostas do inglês John Williamson, e seu objetivo era orientar os países em desenvolvimento em crise econômica para que saíssem dessa situação.

A ideia é que, com o ajuste estrutural, os países possam alcançar um crescimento sustentável no longo prazo. No entanto, os críticos dessas medidas alertam que elas não demonstraram alcançar a redução da desigualdade, nem da pobreza.

Outro questionamento está relacionado à questão da soberania, ou seja, que os países que se comprometem com as medidas de ajuste estão sofrendo interferência de organizações e países estrangeiros. Isso ameaçaria os interesses de sua própria população, que poderia ser prejudicada por algumas das medidas econômicas adotadas.