A libra pode ser o novo franco suíço, segundo analistas
Após o referendo e a decisão do Reino Unido de se dissociar completamente da União Europeia, muitos analistas e economistas foram vistos fazendo estimativas econômicas e previsões sobre o que o futuro trará para a libra esterlina.
Não podemos fazer uma previsão completamente certa, pois não sabemos o impacto que a saída produzirá quando chegar a hora de oficializar o desligamento completo do Reino Unido, mesmo assim, muitos economistas viram o futuro da libra como uma moeda condenada perder competitividade e força.
Apesar disso, recentemente foram desmantelados rumores sobre Hedge Funds (Hedge Funds) que estão colocando posições longas com a libra, pois segundo eles, a libra é uma moeda com muito potencial e apesar do Brexit, vai se beneficiar e se fortalecer do que nunca.
Esses investidores estão assumindo enormes posições longas apontando para uma revalorização da moeda britânica.
Henry Dixon, gestor de fundos da Man GLG anunciou publicamente na conferência Morningstar em Londres que “a libra poderia ser o novo franco suíço” e que tinha muitas possibilidades de ser apreciada ao longo do tempo, apesar do Brexit e suas consequências.
O franco suíço sempre foi uma moeda de refúgio para investidores europeus que queriam segurança para seu dinheiro. As moedas europeias que não o euro são bastante fortes. Segundo Dixon “a libra poderia seguir a mesma trajetória dessas moedas, já que está 15% abaixo do seu preço justo”.
De acordo com Dixon, existem razões fundamentais para que a libra possa se valorizar e seguir o mesmo caminho que as outras moedas europeias. Essas razões são o otimismo para o futuro das perspectivas britânicas sobre sua saída da UE e a rápida recuperação da libra para choques semelhantes na história.
O gestor do fundo comentou na conferência que nos 2 choques que a libra sofreu, o de 1992, quando o país saiu do sistema monetário europeu e o de 2008, a falência do Lehman Brothers, a economia britânica e a libra esterlina recuperaram muito rapidamente, trazendo consigo uma valorização média de 36% no mercado de ações nos 12 meses seguintes.
Dixon comentou ainda que mesmo na pior das hipóteses, mesmo que a UE aplique tarifas a empresas e produtos britânicos, o custo das empresas ascenderia a 6.000 milhões de libras, valor que, segundo o gestor, o país poderia facilmente já assumir que apesar do grande número, não foi nem perto da metade do que o Reino Unido contribui para o orçamento comunitário.
Deve-se dizer que houve discrepâncias na conferência Morningstar, muitos foram os bancos que já perderam a visão negativa da libra e da saída do Reino Unido da União Europeia.
Analistas do Deutsche Bank e do Merrill Lynch comentaram que após as eleições, o Reino Unido tem tempo e calma para negociar uma saída descontraída da UE e por isso o impacto seria bem menor, já que tinha 5 anos para recebê-lo confortavelmente e evitar a fuga de empresas, bancos e investidores.
A conferência ficou bastante acalorada, quando vários analistas de outras empresas de investimento questionaram as declarações de Dixon.
Gina Miller, sócia da SCM Direct e pensadora anti-Brexit, anunciou em sua palestra que se Theresa May vencer as eleições por esmagadora maioria, a transição para o Brexit poderá ser muito difícil e isso agravaria a situação da economia britânica e causaria medo de empresas, bancos e investidores do país.
Outras personalidades que optaram pelo pessimismo de Miller anunciaram que o Brexit poderia custar ao Reino Unido 140.000 milhões, 7,5% de seu PIB e que a opção de vender títulos do governo foi a mais bem sucedida.
Ontem foi realizada uma reunião na sede do Banco da Inglaterra onde seria discutida uma possível elevação das taxas de juros. Se essa alta de juros for definitivamente confirmada, analistas acreditam que a libra poderá recuperar tudo o que perdeu na bolsa desde 2016.
Podemos dizer que a libra sempre foi uma moeda muito forte e embora esteja agora no estado em que se encontra, a dureza da transição e o tempo trarão o futuro desta moeda antiga.